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Conheça a Ilha Fiscal

17 ago 2010

Por onde andou imperadores, princesas e condes

O Centro do Rio de Janeiro tem um leque variado de pontos turísticos que não podem ficar de fora de um roteiro cultural pela cidade. Muitos são personagens da história carioca, sendo alguns daquela época em que havia apenas charretes pelas ruas e um imperador tinha o comando político do país. É o caso da encantadora Ilha Fiscal, com seu castelo em estilo gótico, onde aconteceu o último baile do Império. Hoje, o castelo recebe visitantes, que podem percorrer os salões por onde passaram os convidados anônimos e ilustres dessa grande festa, como o imperador D. Pedro II, sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina, sua filha Princesa Isabel e o marido Conde D’Eu.

A Ilha Fiscal fica próxima à Praça XV, outro lugar rico em histórias. Seu charme está no castelo projetado pelo engenheiro Adolpho Del Vechio, inaugurado em 1889, após sete anos e meio de obras. Cheio de detalhes, o lugar encantou o próprio imperador Pedro II, presente na inauguração. Sobre a construção, ele disse: “um estojo delicado digno de uma brilhante jóia”.

No mesmo ano em que o castelinho passou a fazer parte da paisagem do Rio, o Visconde de Ouro Preto realizou um baile para a nação chilena e aos comandantes oficiais do encouraçado “Almirante Cochrane”, atracado na Baía de Guanabara. O evento foi uma forma de agradecimento à recepção ao navio brasileiro, quando ele chegou a Valparaíso, no Chile. Estima-se que, nessa noite especial, a ilha recebeu cerca de 5 mil pessoas, que chegavam até lá por embarcações ornamentadas com bandeirinhas do Chile e do Brasil e lanterninhas venezianas.

O que todos esses participantes da festa não esperavam era a Proclamação da República, no dia 15 de novembro, apenas seis dias após o baile. Por isso, o passeio traz uma sensação nostálgica do glamour de uma época cercada de realeza e brasões. O acesso à ilha para visitantes ainda é feito pelo mar. A Escuna Nogueira da Gama parte do Espaço Cultural da Marinha, sempre de quinta a domingo. Para o passeio ser completo, um guia acompanha os grupos, contando a história e curiosidades do local, que chamam a atenção dos adultos e da criançada.

Do lado de fora, não deixe de olhar para o alto da torre, onde um relógio de quatro faces marca a hora certinha até hoje. Construído na Alemanha, o relógio permitia aos comandantes dos navios no porto acertarem os seus cronômetros uma vez que os ponteiros eram visíveis de qualquer parte do ancoradouro. Era só usar um óculos de alcance para saber a hora com precisão.

Entre todos os detalhes e segredos que o interior do castelo guarda estão os vitrais coloridos a fogo. Todos foram importados da Inglaterra e ilustram os vãos de portas e janelas com figuras e emblemas também em estilo gótico do século XVI. Legal é observar que o vitral do imperador Pedro II retrata o monarca com o mesmo uniforme de almirante que usaria no último baile.

Com ingressos a preços populares, esse pedacinho do Centro do Rio tanta manter  viva a história da era imperial brasileira e é uma boa dica para toda a família. Seu último baile é um episódio cercado de curiosidades e mistérios, política e romantismo que fascina cariocas e visitantes. Com uma iluminação especial, a Ilha também ganha destaque à noite, quando é possível observá-la da Praça XV ou de uma das barcas que faz a travessia entre o Rio e a cidade de Niterói.

Serviço:

Local: Av. Alfredo Agache, no final da Praça Quinze – Centro
Tels. : 21 2104-6992 / 2233-9165
Acesso: O transporte até a Ilha Fiscal é feito a bordo da escuna da Marinha Nogueira da Gama
Horário: Qui-Dom, 13h, 14h30 e 16h
Os ingressos podem ser adquiridos nos dias de visita, a partir das 11h.
Não funciona nos seguintes feriados: 1 de janeiro, Carnaval, Sexta-Feira Santa, Finados, 24, 25 e 31 de dezembro.
Site: www.dphdm.mar.mil.br

Foto: Pedro Kirilos|Riotur

Fonte: Guia Rio

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