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Novo sistema elimina mau cheiro na orla de Copacabana

28 ago 2009

CopacabanaQuem mora, passa, corre, pedala, passeia ou frequenta bares, restaurantes e a praia na altura do posto 5, em Copacabana, não tem mais motivos para apertar o passo, se estiver em movimento pelo calçadão ou pela ciclovia, ou reclamar do mau cheiro da elevatória de Parafuso, se for morador ou frequentador do lugar. O fedor que a elevatória exalava há mais de três décadas desapareceu com a implantação de um sistema de redução de odores pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), inaugurado na manhã desta sexta-feira pelo governador Sérgio Cabral.

Ao lado do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, do vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, do prefeito Eduardo Paes e do presidente da Cedae, Wagner Victer, o governador percorreu a galeria subterrânea da elevatória, onde está instalado o sistema, e depois descerrou a placa de inauguração, na parte externa da elevatória.

– Do mau cheiro do esgoto para o cheiro do jasmim. É uma alegria extraordinária ver um cartão postal do Rio que tinha um problema de 30 anos sem solução respirar agora um ar mais agradável, por um investimento de apenas R$ 1 milhão e usando tecnologia brasileira, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), uma solução inteligente – exaltou o governador.

Livres do mau cheiro, o carioca e o turista podem até exalar, nos fins de semana, aromas perfumados, como os de jasmim e eucalipto. O sistema possibilita aspersões eventuais de fragâncias perfurmadas. Mais do que sonhavam moradores, donos de estabelecimentos comerciais e frequentadores da praia, ansiosos pelo fim simplesmente do mau cheiro. É o caso de Katia Pessoa Garcez, moradora do bairro desde 2003.

– Faço caminhadas diariamente no calçadão sozinha ou com meus filhos e quando chegava aqui passava rapidinho porque o cheiro era insuportável. Dava até vontade de parar num desses quiosques, mas o mau cheiro impedia. Agora, não, a gente pode curtir tranquilamente este visual maravilhoso – comentou Katia, fazendo questão de creditar a obra ao dinamismo e à visão do presidente da Cedae por recuperar uma área turística nobre da cidade, famoso internacionalmente.

Cozinheiro do quiosque Baobá, que fica em frente à elevatória, e morador da Rua Almirante Gonçalves, em Copacabana, Eduardo Amaral, de 28 anos, prevê mesas lotadas a partir de agora, como ocorria na concorrência um pouco mais distante da unidade da Cedae.

– As pessoas reclamavam do mau cheiro e iam embora. Essa obra demorou um pouco para acontecer, mas agora que ficou pronta esperamos trabalhar muito para dar conta da clientela que, tenho certeza, vai lotar nosso quiosque todos os dias, principalmente no próximo verão – aplaudiu Amaral.

O presidente da Cedae explicou que o desaparecimento do mau cheiro foi uma solução tecnológica inovadora. Usual nos meios industriais, é a primeira vez que se aplica esta tecnologia em áreas urbanas e turísticas no Brasil. Desenvolvida pela CTA Tecnology, a técnica consiste no encapsulamento dos gases emanados pelos sistemas de esgotos, denominados mefíticos, principalmente metano (CH4), sulfídrico (H2S), amônia (NH3) e mercaptanas (RSH), que são potencialmente incômodos a partir de determinada concentração.

– O encapsulamento dos gases se faz a partir de uma pressão negativa realizada na sala subterrânea onde estão as bombas da elevatória, para posterior tratamento – detalhou Victer.

O sistema de tratamento dos odores ocorre por meio da lavagem química dos gases mefíticos. O equipamento capta os gases que são encapsulados e encaminhados a um potente sistema de lavagem, que trabalha em três etapas. Na primeira etapa, os gases são lavados através de um sistema alcalino; depois, passam por outra etapa de lavagem com hipoclorito; e finalmente são purificados pelo carvão ativado.

– Após a lavagem, os gases então inertizados são devolvidos ao meio ambiente com redução significativa dos odores. É um sistema que é todo monitorado a distância, por computador. Posso de qualquer lugar ligá-lo, desligá-lo e até ver quantas pessoas estão trabalhando. Além da instalação desse sistema, a estrutura da elevatória passou por um reforma estrutural e arquitetônica – completou Victer, lembrando que o investimento vai ajudar a candidatura do Rio à sede das Olimpíadas de 2016, pois o meio ambiente é um dos compromissos junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional).

Também estiveram presentes os secretários chefe da Casa Civil, Regis Fichtner, e de Transportes, Julio Lopes, o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Firmino Martins, o desembargador Murta Ribeiro, entre outros.

Por Guedes de Freitas

Fonte: imprensa.rj