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Engenhão: O Rio merece mais que um “elefante branco”

27 jan 2009

A leitora Wanise Paula relata, num manifesto autêntico, a insatisfação dos moradores em torno do Estádio Olímpico João Havelange pela falta de utilização do complexo esportivo. Wanise cobra dos governantes uma série de atividades que possam ocupar os jovens e dar mais qualidade de vida aos idosos da região do bairro de Engenho de Dentro. Na carta, ainda, destaca a degradação e a desordem urbana causada pelas obras do estádio e critica certas abordagens do tema na imprensa. Leia na íntegra a carta de Wanise Paula endereçada ao ex-prefeito César Maia, aos vereadores Jorge Mauro, S. Ferraz e Aloisio Freitas, além do apresentador Wagner Montes e ao Visão Carioca (na data de 26/01/2009).

Ilmo Senhor Vereador:

Solicito ao Senhor que ajude, com seu empenho, aos moradores dos Bairros da Abolição e Engenho de Dentro, a terem, pelo menos, um espaço para a prática de atividades físicas e esportivas, dentro ou ao redor, do grande terreno que está instalado o  Engenhão. Que apesar da construção, na localidade, do estádio mais moderno do nosso país, João Havelange, popularmente dito Engenhão, não possui sequer um espaço de esporte e lazer para a comunidade que é simples, mas não favelada. E que a exemplo do Estádio Maracanã, proporcione aos moradores estímulo para a prática saudável do esporte.

É importante que se diga que as autoridades não se sensibilizaram pelos referidos moradores, mesmo tendo em vista a reportagem exibida no RJTV – 1ª edição dos dias 26/11/2007 e 10/09/2008 com o seguinte relato das expectativas positivas:   “…com a chegada do estádio, o bairro ganhou vida nova”. ” A prática de esportes, como corridas e caminhadas logo cedo, virou rotina”. “Os moradores criaram expectativas por dias melhores”. “…a revitalização  que foi prometida ia atender a seis mil crianças na nossa região”.

Mas as frustrações vieram logo à tona: _”…não foram capazes de deixar nada para os moradores. O estádio só serve mesmo para os grandes jogos, mas não há um projeto social, não abre as portas pra gente.” “As pessoas praticam corridas e caminhadas, ao redor do Estádio,  pela estreita calçada que sobrou”. “os carros passam rente aos atletas do Bairro, que se contentaram com as sobras.”    “Segurança teve muita. Atualmente não tem nenhuma. Está abandonado isso aqui”

Diante do exposto, aguardo, como os demais moradores, a revitalização prometida deste espaço, que é tão importante para nós.

Wanise Paula