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Festa Selvagem na Era do Jazz

21 jul 2010

A TAP7 Produções Artísticas estreará no próximo dia 23 de julho o musical Festa Selvagem na Era do Jazz, baseado no poema “cult” The Wild Party de Joseph Moncure March, de 1928, que no início desta década ganhou duas montagens distintas em Nova Iorque (uma na Broadway e outra na Off-Broadway).  O musical tem direção artística e dramaturgia de Paulo Afonso de Lima, cujo último trabalho foi Tango, Bolero e Chá-chá-chá (em cartaz), e direção de produção de Ronaldo Dal’Bianco, também compositor das músicas, e Jerônimo Menezes.

A decadência dos Estados Unidos às vésperas da Grande Depressão é o pano de fundo da narrativa de Festa Selvagem na Era do Jazz. A primeira edição da obra original foi recolhida das livrarias e banida de todas as bibliotecas, devido ao perfil comportamental dos personagens e à decadência dos valores norte-americanos impiedosamente retratados.

Somente após a Segunda Guerra, o poema de March foi reconhecido por toda uma intelectualidade americana e se tornou objeto de estudo indispensável à compreensão da sociedade da época.

O palco do teatro de vaudeville, gênero de entretenimento popular americano e que, naquela época, começava a ser contaminado pelas “licenças estéticas” do teatro chamado burlesco (um equivalente do nosso Teatro de Revistas) serve de moldura, ao som do “Ragtime” e do “Quickstep”, à exposição de tipos distintos e bizarros, de diversas classes sociais.

Mas o que retratou de fato Joseph M. March em sua controvertida obra? Os protagonistas são Queenie, uma dançarina de terceira, e Burrs, um cômico fracassado – casal sem prestígio em sua profissão e que desfruta de uma vida monótona, interrompida apenas pelos rotineiros momentos de agressão conjugal.

Num domingo, dia em que os teatros não funcionam nos Estados Unidos (a maioria das casas de espetáculos americanas até hoje segue esta tradição), mais uma briga costumeira do casal permeia o imundo apartamento onde vivem. A tranqüilidade daquela manhã é interrompida por brigas e discussões e até uma tentativa de homicídio. Para tentar consertar seu relacionamento com Burrs e comemorar uma possível reconciliação, Queenie tem a idéia de fazer uma festa.

A iniciativa fracassa, imersa num ambiente povoado de tipos animalescos e amorais, salvo uma exceção entre os convidados: Nadine, uma jovem de 14 anos, irmã mais jovem de Mae, uma das convidadas. A presença de Emannuel Goldberg, empresário de prestígio na Broadway, estimula o exibicionismo exacerbado dos outros artistas presentes. O clímax da festa, a esta altura recheada de vulgaridades, se dá com a chegada de Kate, melhor amiga de Queenie, e Black, seu novo namorado. Então, o álcool se torna o combustível de atos absurdamente inconseqüentes e irreversíveis.

March, assim, profetiza – um ano antes – o impacto provocado pelas conseqüências da queda da Bolsa de Nova Iorque em 1929, quando os Estados Unidos mergulharam num mar inescrupuloso de crimes e miséria.

Talvez esse seu “Wild Party” seja o símbolo da última festa de um período que se estendeu por muito tempo.  “The Wild Party”, além dos musicais norte-americanos mencionados, serviu de inspiração para outras obras como o filme de James Ivory com o mesmo título, além de peças jazzísticas e espetáculos de dança.

Serviço:

Festa Selvagem na Era do Jazz
Dramaturgia e direção: Paulo Afonso de Lima
Músicas: Jerônimo Menezes e Ronaldo Dal’Bianco
Coreografias: Adriana Bandeira
Assessor de imprensa: André Romano
Elenco: Ronaldo Dal’Bianco, Simone Rosa, Daniela Schmitz e outros.
Para: maiores de 16 anos
Local: Teatro Ipanema
Endereço: Rua Prudente de Moraes, 824, Ipanema.
Tel.: 2523-9794
Contato para Grupos: 2541-2852 / 8798-6852
Vendas online: www.ingresso.com
ESTREIA OFICIAL: 23 DE JULHO DE 2010
TEMPORADA: 23 de JULHO a 29 de AGOSTO
Sextas, às 21:30hs – 50,00 (inteira) – 25,00 (meia)
Sábados 21:30hs – 60,00 (inteira) – 30,00 (meia)
Domingos às 20:30hs – 60,00 (inteira) – 30,00 (meia)

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