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Festa do Playmobil vai reunir ‘trintões’ e seu legado afetivo para os filhos

08 out 2009

Boneco alemão ganhou fama no Brasil nas décadas de 70 e 80.

Graças a internet, fãs se reencontram e falam da ‘herança’.

PlaymobilCavaleiros, vikings, romanos, egípcios, orientais, bandidos e mocinhos do Velho Oeste – tudo isso e muito mais que se possa imaginar. Com temas variados, o boneco alemão Playmobil, que ganhou fama no Brasil nas décadas de 70 e 80, completa 35 anos em 2009.

Para comemorar o aniversário, um grupo de colecionadores apaixonados pelo brinquedo apresenta em novembro, no Rio, a exposição “Playmobil – 35 anos, o sucesso de um sorriso“.

Os colecionadores se conheceram na internet. Na rede, eles compram, trocam ideias e discutem as novidades do mercado. Os sites também oferecem boas oportunidades a preços atrativos e relíquias já fora dos catálogos.

Mundo de ‘Faz de conta’ de playmobil

Aos 38 anos, o contador Alexandre Leite disputa com a mulher e a filha Lívia, de 5 anos, espaço no armário para sua coleção, que inclui 250 bonecos, além de castelos, famílias e bichos. “Minha esposa fala que trabalho pra Geobra (fabricante alemã). Entro nas lojas e vou direto no playmobil. Vejo as crianças doidas, atônitas, fazendo pirraça”.

A filha Lívia, segundo ele, passa horas entretida com o universo. “Ela desliga de tudo, fica duas, três horas brincando e inventando histórias”.

No mundo de faz de conta de Lívia, sereias, fadas, princesas e castelos são inspirados no playmobil. “Ela tem até noiva com véu de pano e o bolo com pequenos bonequinhos de playmobil espetados em cima para enfeitar”.

O contador faz suas compras pela internet. “Eu faço encomendas e sai mais barato. As lojas aqui no Rio são limitadas, não têm tudo. O universo de playmobil é muito maior do que eles estão importando aqui. O preço lá fora também compensa. Comprei uma casa pra Lívia por R$ 350. No mercado brasileiro sairia por R$ 700 ou R$ 800”.

Viagem ao parque temático na Alemanha

Playmobil 2A professora Claudia Magdaleno, de 45 anos, divide o apartamento de três quartos na Tijuca, na Zona Norte, com o marido, os três filhos – um de 20 e gêmeos de 12 anos – e mais 2.500 bonecos, e a coleção inclui cenários medievais.

Quem quiser pegar carona para o mundo da fantasia pode escolher helicóptero, ônibus, lancha, bicicleta e até trailler.

Em abril de 2008, ela e o marido deixaram as crianças em casa e foram se divertir no parque temático na Alemanha, o Fun Park. A viagem foi um presente antecipado pelos 25 anos de casamento e a volta para casa não poderia ser diferente: uma mala cheia de novidades para incrementar a coleção.

Cláudia começou sua coleção em 1990. “Brincava com os bonecos do meu primo quando tinha 10, 11, 12 anos, e pedia para os meus pais, que tinham quatro filhos. Meu primo, que era filho único, tinha. Meus pais nunca compraram. Quando tive meu filho e ele fez 1 aninho, comecei a comprar. No natal, eu compro e meu marido, meus filhos e minha mãe me dão o dinheiro. Eu mesma embrulho tudo”, conta satisfeita.

Ela reconhece que é ciumenta com a coleção e diz que a grande paixão são as crianças e os bebês. “Não deixo brincar. O Natal costuma ser aqui em casa, então tem que dar logo os presentes das crianças porque elas mexem em tudo. Tenho sobrinhos de 6, 8 e 10 anos, e aluninhos na escola. A minha opção é dar playmobil”.

De vez em quando, a fabricante alemã recebe suas sugestões. “Em 2000, quando comecei a ter internet, passei a me comunicar com a Geobra. Dou sugestões. Pedi o golfinho e o surfista, e eles fizeram”.

Fórmula 1 e Copa do Mundo de playmobil

PlaymobilO quarto de empregada na casa do consultor de RH Renato MacMoney virou um “país playmobil”. Aos 33 anos e com uma filha de 9, ele relembra como tudo começou. “Ganhei o primeiro em meados de 1980. Depois, dei uma parada porque parou de ser divulgado. Anos depois descobri na internet que era fácil colecionar”.

A ‘herança’ é da filha Beatriz, e inclui Egito “com areia de verdade”, espaço sideral “com estrelas, planetas e astronautas”, estruturas grandes, casas, carros, aeroporto e caminhões.

A coleção, segundo ele, não é só para ver. “Sou um ciumento com bom senso. Não sou de esconder. A graça é deixar ver e sentar para brincar e trocar os cabelos, fazer aventuras. Essa é a diversão. É claro que tem que ter bom senso, mas deixo brincar”.

É também na internet que ele procura achados imperdíveis. “Aqui por ser importado é muito mais caro. Custa três vezes mais caro. Compensa mais trazer de fora. Grande parte das peças do país Playmobil, eu trouxe do exterior. Mas tem muito produto que não comprei por ser um preço exorbitante”. Os planos futuros incluem uma visita ao parque temático na Alemanha.

Faroeste e bangue bangue em miniatura

PlaymobilO mundo do bangue bangue e do faroeste sempre foi o tema preferido do empresário César Ojeda, de 43 anos. Criador do 1º fórum brasileiro sobre playmobil, ele é conhecido como “prefeito” de PlaymOldVille, a cidade do velho oeste, e dono de uns 300 ou 400 bonecos, segundo “o último censo”.

“Foi um sonho realizado ter uma cidadezinha do faroeste. Já que tinha criado, por que não ser o prefeito?”,  pergunta.

Depois de uma pesquisa na internet, ele encontrou itens e peças de interesse. Todos sobre o Velho Oeste. Mas, como o tema parou de ser fabricado em 2004, o prefeito precisa ser criativo.

“Dos produtos atuais, nenhum me interessa especificamente. Pra continuar a coleção, tenho que procurar em sites de leilão. No ano passado, trouxe de Nova York algumas coisas, como uma casa de bonecas amarela no estilo vitoriano. A pretensão é reproduzir “E o vento levou”. Mas com a crise do ano passado, tenho consumido pouco”.

Segundo ele, a exposição vai ajudar a passar a herança afetiva entre as gerações. “A exposição é um trabalho voluntário, dedicado, de gente que se envolve por causa da paixão pelo playmobil. Tem gente que tem 15 mil bonecos e tem gente que tem apenas dois. O importante não é o tamanho da sua coleção, mas sim o prazer que ela pode proporcionar”.

A exposição

A exposição Playmobil – 35 anos, o sucesso de um sorriso, terá painéis, maquetes e coleções particulares e fica em cartaz de 7 a 22 de novembro no Museu Militar Conde de Linhares.

Onde: Avenida Pedro II, 383, em frente à Quinta da Boa Vista
Horário: De terça a domingo, das 10h às 17h, e nos feriados
O valor do ingresso ainda não foi definido, mas alunos uniformizados da rede pública não pagam para entrar.

O museu tem estacionamento próprio e lanchonete.

Fonte : G1

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