Dicas de Teatro
Helena Katz
Breu (2007)
Contaminado pela contemporaneidade da música de Lenine – compositor pernambucano dono de uma sonoridade muito particular e que consegue, como poucos, uma combinação entre o melhor da MPB, do rock e de ritmos populares – o coreógrafo Rodrigo Pederneiras reconstruiu seu vocabulário para, sem pudor, abandonar elementos tão característicos de seu trabalho. Aqui o coreógrafo se dedica a construir um corpo que dança com as texturas da urbanidade de nossos tempos: o comportamento das pessoas dominadas pelo tempo, pelo individualismo e pela violência. Cada corpo, no limite, é um manifesto.
21 (1992)
Um divisor de águas na história do Grupo Corpo. Depois de atuar por uma década com temas musicais preexistentes, com este balé a companhia não apenas volta a trabalhar com trilhas especialmente compostas como passa a adotar este critério como regra. A decisão proporciona a Rodrigo Pederneiras a oportunidade de dar início à construção do extenso vocabulário coreográfico, de inflexões notadamente brasilianas, que se tornariam sua marca registrada. A força contida na tensão entre as cores vermelha, da luz chapada de fundo – e amarela – das malhas utilizadas pelos bailarinos – dá o tom da primeira parte do balé, enquanto uma gigantesca colcha de retalhos, exibindo estampas de colorido vibrante, deixa antever a explosão do momento final do balé, quando os figurinos, sempre colantes, fazem alusão ao patchwork do cenário.
Rodrigo Pederneiras
Formou-se com Tatiana Leskova, uma das estrelas dos Balés Russos e diretora do Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro de 1950 a 1967. No entanto, foi sua experiência ao lado do argentino Oscar Araiz que apurou sua vocação de coreógrafo. Contrapondo-se à tradição européia dominante na dança dos anos 70 no Rio de Janeiro, Rodrigo cria, em 1975, em Belo Horizonte, com familiares e amigos, o Grupo Corpo.
Na nova companhia, participa inicialmente como bailarino, assumindo a partir de 1981, a criação de todas as coreografias, nas quais põe em prática as intenções de seu trabalho: uma dança eminentemente brasileira refletindo a pluralidade e a complexidade do país.
Ao lado de um grupo de criação e interpretação bastante coeso e afinado, Rodrigo desenvolveu sua própria linguagem, hoje característica do Grupo Corpo. Sua criatividade, sua precisão e seu rigor, aliados à excelência técnica da companhia, foram fundamentais na construção de uma vigorosa imagem da dança brasileira na cena internacional.
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Programa: 21 (42 minutos); Intervalo de 20 minutos; Breu (40 minutos).
Horários:
dias 28, 29 e 30 de agosto, às 20 horas;
dia 31 de agosto, às 17 horas
Preços:
Platéia, Balcão Nobre, Camarote e Frisa – R$ 80,00
Balcão simples – R$ 60,00
Galeria – R$ 30,00
Vendas: Ticketronic
Grupo Corpo – Breu
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- Visão Carioca
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