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Dicas de Teatro

29 ago 2008
“Criado em 1975, em Belo Horizonte, o Grupo Corpo é uma companhia onde o Brasil inteiro, com toda sua diversidade, se reconhece. Rodrigo Pederneiras, seu coreógrafo residente, desenvolve um modo singular de contaminar o balé com as raízes brasileiras. Com trilhas musicais especialmente compostas, as produções nascem com um apuro cênico que se transformou numa assinatura.”
Helena Katz

Breu (2007)

Contaminado pela contemporaneidade da música de Lenine – compositor pernambucano dono de uma sonoridade muito particular e que consegue, como poucos, uma combinação entre o melhor da MPB, do rock e de ritmos populares – o coreógrafo Rodrigo Pederneiras reconstruiu seu vocabulário para, sem pudor, abandonar elementos tão característicos de seu trabalho. Aqui o coreógrafo se dedica a construir um corpo que dança com as texturas da urbanidade de nossos tempos: o comportamento das pessoas dominadas pelo tempo, pelo individualismo e pela violência. Cada corpo, no limite, é um manifesto.

21 (1992)

Um divisor de águas na história do Grupo Corpo. Depois de atuar por uma década com temas musicais preexistentes, com este balé a companhia não apenas volta a trabalhar com trilhas especialmente compostas como passa a adotar este critério como regra. A decisão proporciona a Rodrigo Pederneiras a oportunidade de dar início à construção do extenso vocabulário coreográfico, de inflexões notadamente brasilianas, que se tornariam sua marca registrada. A força contida na tensão entre as cores vermelha, da luz chapada de fundo – e amarela – das malhas utilizadas pelos bailarinos – dá o tom da primeira parte do balé, enquanto uma gigantesca colcha de retalhos, exibindo estampas de colorido vibrante, deixa antever a explosão do momento final do balé, quando os figurinos, sempre colantes, fazem alusão ao patchwork do cenário.

Rodrigo Pederneiras

Formou-se com Tatiana Leskova, uma das estrelas dos Balés Russos e diretora do Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro de 1950 a 1967. No entanto, foi sua experiência ao lado do argentino Oscar Araiz que apurou sua vocação de coreógrafo. Contrapondo-se à tradição européia dominante na dança dos anos 70 no Rio de Janeiro, Rodrigo cria, em 1975, em Belo Horizonte, com familiares e amigos, o Grupo Corpo.

Na nova companhia, participa inicialmente como bailarino, assumindo a partir de 1981, a criação de todas as coreografias, nas quais põe em prática as intenções de seu trabalho: uma dança eminentemente brasileira refletindo a pluralidade e a complexidade do país.

Ao lado de um grupo de criação e interpretação bastante coeso e afinado, Rodrigo desenvolveu sua própria linguagem, hoje característica do Grupo Corpo. Sua criatividade, sua precisão e seu rigor, aliados à excelência técnica da companhia, foram fundamentais na construção de uma vigorosa imagem da dança brasileira na cena internacional.

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Programa
: 21 (42 minutos); Intervalo de 20 minutos; Breu (40 minutos).

Horários:
dias 28, 29 e 30 de agosto, às 20 horas;
dia 31 de agosto, às 17 horas

Preços:
Platéia, Balcão Nobre, Camarote e Frisa – R$ 80,00
Balcão simples – R$ 60,00
Galeria – R$ 30,00

Vendas: Ticketronic

Grupo Corpo – Breu

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